terça-feira, novembro 07, 2006

Haverá necessidade?

Como é normal para alguém que trabalha ligado à Internet o dia inteiro, recebo piadas de colegas de trabalho. Normalmente estas piadas trazem anexos, como imagens ou pequenos filmes. Mais vezes do que aquelas que gostaria, estes anexos irritam-me. Não por causa do conteúdo, mas pela forma como o autor original fez o ?empacotamento? da piada. Já cheguei a receber imagens que foram previamente ?empacotadas? num ficheiro do M$ Word, sem qualquer formatação nem efeito especial que justificasse a utilização de um processador de texto. O simples facto de ser o M$ Word irrita-me pois recorda-me que os ?PowerUsers? assumem, sem pensar, que o resto do mundo utiliza sistemas idênticos aos deles. Viva a diversidade!!! Mas voltando à questão, qual será a razão que justifique inserir imagens dentro de um ficheiro de texto (neste caso, ainda por cima, num formato proprietário) quando podia anexar as imagens directamente na mensagem de forma a facilitar a sua visualização pela maior parte dos clientes de correio electrónico, sem precisar de aplicações externas????

Se alguém tiver a resposta, por favor, digne-se partilhar...

Outro exemplo fabuloso é receber uma piada em formato de texto ?empacotado? dentro de, novamente, um ficheiro do M$ Word. Este exemplo ainda é pior, pois sei que existem utilizadores que não sabem anexar ficheiros a uma mensagem de e-mail. Mas neste caso, porque motivo não foi escrito o texto directamente na mensagem de correio. Em vez de facilitar a leitura da piada, uma pessoa ainda tem de recorrer a uma aplicação externa para ler meia dúzia de linhas de texto. Isto faz sentido a alguém?

Já agora, fica aqui uma piada que recebi dentro de um ficheiro ?.doc?. Não são necessárias aplicações externas.




Se você conseguir ler as primeiras palavras o cérebro decifrará automaticamente as outras...

3M D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45. QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4. 4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0. C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40; G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R. M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R! S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 C4R1NH0.

0 R3570 3 F3170 D3 4R314

domingo, novembro 05, 2006

Licenças OEM da Microsoft... outra vez...

A todas as marcas de computadores, distribuidores e lojas revendedoras associadas.

Meus senhores,

Tenho uma questão para vos colocar, relativamente à vossa actual política de venda de hardware. Quando visito as vossas lojas ou os vossos websites, deparo-me sempre com o seguinte cenário:

"A marca (inserir aqui a vossa marca) recomenda o Windows XP ..."

e/ou

"Todos os computadores (inserir aqui o modelo) são comercializados com o Sistema Operativo Microsoft Windows XP Home Edition Português VERSÃO GENUÍNA!"

O problema é que utilizo Linux e fico um pouco preocupado, e até ofendido, com o facto de, como cliente, estar a ser marginalizado, e de ter de pagar, indevidamente, uma licença para um produto que não utilizo (nem quero utilizar).

Eu gostava de poder exercer a minha liberdade de decidir qual é o sistema operativo que quero utilizar no meu novo computador. Afinal não vivemos num regime ditatorial em que o estado (ou empresa neste caso) decide por mim a minha vida.

Além disso, não tenho interesse em usufruir dos fantásticos serviços de assistência da Microsoft e não quero que esta me proteja contra software pirateado que eu não utilizo.

O que eu queria mesmo era poder comprar uma máquina sem ter de passar por esta idiotice de cada vez que o faço. Afinal de contas, a Galp não decide por mim qual é o carro que eu tenho de comprar. A Opel não decide por mim qual é o combustível que eu tenho de utilizar. A EDP não escolhe os electrodomésticos de minha casa. Porque raio vem agora a Microsoft tentar decidir qual é o sistema operativo que eu utilizo numa máquina que ela não produz, não distribui e não vende? Como se não houvesse alternativas?

Eu sei que a Microsoft só está a tratar dos seus interesses. No entanto, a liberdade individual dos cidadãos não pode ser posta em causa por causa de interesses comerciais de uma empresa. Além disso, por mais ridículo que possa parecer, todo este controle apertado (leia-se: caça
às bruxas) é devido (alegadamente) à pirataria informática. Pois bem, o meu Linux é legal! Não tenho o direito de o utilizar?

Eu não utilizo produtos Microsoft! Não contribuo para o enriquecimento do Sr. Bill Gates! Não contribuo para a saída de divisas do país e, consequentemente, não contribuo para o enriquecimento de uma empresa estrangeira! Sou, por causa disso, um mau cidadão? Por causa disso, perco os meus direitos aos olhos da lei? Porque acordei e abri os olhos, deixei de merecer consideração? E a lei da concorrência? Que é feito dela?

Onde é que está, no mercado nacional no geral e nas vossas empresas em particular, a possibilidade de utilizadores e administradores de sistemas baseados em outro qualquer sistema operativo livre, poderem adquirir hardware para estes sistemas?

Lembrem-se que mais de 60% dos servidores web de todo o mundo são instalados com Linux+Apache. Será justo que a Microsoft venda licenças nestas máquinas?

Gostaria imenso que neste país houvesse alguém que tivesse respeito e consideração pela minoria que não utiliza Windows.

Bem, fico por aqui. Agora vou comprar um carro... espero que não venha com uma licença pré-paga obrigatória da Brisa. É que só utilizo o carro para ir às compras ao fundo da rua...

sábado, novembro 04, 2006

Estado & Info-exclusão

(Publicado com autorização do autor, Hugo ribeiro.)
--

(Em resposta a:)

> > SGU - Sistema de Gestão de Utilizadores
> > Ex.mo(a) Senhor, informamos que lhe foi dado acesso aos seus dados
> > registados na Base de Dados da Administração Pública.
> >
> > Para o efeito deverá aceder a BDAP com o utilizador composto por "C" +
> > Número de Identificação Fiscal.
> >
> > Para apoio técnico, contactar ccut@inst-informatica.pt
> >
> > De seguida deverá introduzir o login/password acima indicados na zona
> > disponível para o efeito.

Caros senhores,

No site indicado no mail que recebi, http://bdap.min-financas.pt, não
consigo encontrar nenhuma zona disponível para introduzir o
login/password indicados (omiti a password por razões óbvias).

Um teste simples explicou o problema: estou a utilizar o browser Mozilla
Firefox e não o Internet Explorer.

Muito sinceramente não me parece nada lógico que eu tenha de pagar para
poder aceder aos meus dados pessoais, ainda por cima a partir do site de
uma instituição pública.

E neste momento é isso que acontece, pois ao colocarem o site apenas
acessível pelo browser Internet Explorer, estão a obrigar qualquer
funcionário a possuir uma licença do sistema operativo Windows sempre
que o quiser fazer.

Poderá até ser alegado que praticamente todas as instituições possuem o
referido sistema, mas esse facto não pode ser válido num país em que
ainda existe a liberdade de escolha. Alias, deixar as pessoas sem essa
opção de escolha torna a situação, no mínimo, muito duvidosa aos olhos
da lei e até da própria Constituição Portuguesa !

Não sei se este e-mail será lido por alguém com poder para alterar esta
situação. Mas já é tempo deste país e em particular das instituições
ligadas ao Estado que deixem de se reger por políticas claramente
tendenciosas em favor de certas empresas. O dinheiro dos contribuintes
pode e deve ser gerido para o bem de todos e em favor da liberdade de
todos. E esta situação é claramente o contrário desses dois princípio
fundamentais da democracia deste país.

Com os melhores cumprimentos,

Hugo Ribeiro
(Especialista de Informática - Faculdade de Ciências da Universidade do
Porto)